MINISTÉRIO DE EVANGELIZAÇÃO PROJETO FAMILIA SHALOM
Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho! (1 Cor 9,16)O espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção; enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade.(Isaias 61,1)
domingo, 21 de março de 2010
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Ícone (pintura)
Ícone, termo derivado do grego εἰκών, (eikon, imagem), no campo da arte pictórica religiosa identifica uma representação sacra pintada sobre um painel de madeira.
O ícone é a representação da mensagem cristã descrita por palavras nos Evangelhos. Se trata de uma criação bizantina do século V, quando da oferta de uma representação da Virgem, atribuída pela tradição a São Lucas. Quando da queda de Constantinopla em 1453, foi a população dos Bálcãs que contribuiu para difundir e incrementar a produção desta representação sacra, sendo na Rússia o local onde assume um significado particular e de grande importância. O simbolismo e a tradição não englobam somente o aspecto pictórico, mas também aquele relativo à preparação espiritual e aos materiais utilizados.
O maior pintor russo de ícones foi Andrei Rublev.
Características gerais
O ícone era pintado sobre um painel de madeira, geralmente larice ou abeto. Sobre a superfície aplainada era feito o desenho e começava-se a pintura pela aplicação do dourado, geralmente nas bordas, detalhes das roupas, fundo e resplendores ou coroas. Então se pintavam as roupas, construções e a paisagem de fundo. A última etapa era a aplicação do branco puro na face e mãos. O efeito tridimensional era alcançado misturando ocre ao branco e aplicando essa tinta mais escura nas maçãs do rosto, nariz e testa. Uma fina camada de verniz avermelhado dava o sutil acabamento final a lábios, face e ponta do nariz. Um verniz marrom era usado no cabelo, barbas e detalhes dos olhos.
A produção de ícones religiosos era considerada uma arte nobre, que necessitava grande preparação técnica e espiritual. O pintor precisava se purificar de corpo e alma para conseguir a perfeição, achava-se que o divino operava pela mão do pintor, então era inoportuno assinar a obra.
O simbolismo das cores e letras
Como na maioria das representações sacras, a cor no ícone assume uma importância fundamental para expressar a intenção do pintor. O azul é a cor da transcendência, mistério divino. O vermelho, sem dúvida a cor mais viva presente nos ícones, é a cor do humano e do sangue dos mártires. O verde é usado como símbolo da natureza, da fertilidade e da abundância. O marrom simboliza o terrestre, o humilde e pobre. E finalmente o branco é a harmonia, a paz, a cor do divino que representa a luz que se avizinha.
Muitos ícones trazem a inscrição ICXC, forma grega abreviada de Cristo. Também Ø O N, significando ‘’aquele que é’’, aparece nas auréolas. Maria é freqüentemente identificada com MP OU, madre partena.
A compreensão do significado do ícone pode ser difícil para a ótica da cultura ocidental. Como a pintura impressionista e a arte abstrata, são representações de emoções, de características que não podem ser estabelecidas pelo cânone. Para um artista deste gênero, a luz é uma manifestação divina, não existe o meio tom. Daí a abundancia do dourado: a luz é divina.
O ícone é a representação da mensagem cristã descrita por palavras nos Evangelhos. Se trata de uma criação bizantina do século V, quando da oferta de uma representação da Virgem, atribuída pela tradição a São Lucas. Quando da queda de Constantinopla em 1453, foi a população dos Bálcãs que contribuiu para difundir e incrementar a produção desta representação sacra, sendo na Rússia o local onde assume um significado particular e de grande importância. O simbolismo e a tradição não englobam somente o aspecto pictórico, mas também aquele relativo à preparação espiritual e aos materiais utilizados.
O maior pintor russo de ícones foi Andrei Rublev.
Características gerais
O ícone era pintado sobre um painel de madeira, geralmente larice ou abeto. Sobre a superfície aplainada era feito o desenho e começava-se a pintura pela aplicação do dourado, geralmente nas bordas, detalhes das roupas, fundo e resplendores ou coroas. Então se pintavam as roupas, construções e a paisagem de fundo. A última etapa era a aplicação do branco puro na face e mãos. O efeito tridimensional era alcançado misturando ocre ao branco e aplicando essa tinta mais escura nas maçãs do rosto, nariz e testa. Uma fina camada de verniz avermelhado dava o sutil acabamento final a lábios, face e ponta do nariz. Um verniz marrom era usado no cabelo, barbas e detalhes dos olhos.
A produção de ícones religiosos era considerada uma arte nobre, que necessitava grande preparação técnica e espiritual. O pintor precisava se purificar de corpo e alma para conseguir a perfeição, achava-se que o divino operava pela mão do pintor, então era inoportuno assinar a obra.
O simbolismo das cores e letras
Como na maioria das representações sacras, a cor no ícone assume uma importância fundamental para expressar a intenção do pintor. O azul é a cor da transcendência, mistério divino. O vermelho, sem dúvida a cor mais viva presente nos ícones, é a cor do humano e do sangue dos mártires. O verde é usado como símbolo da natureza, da fertilidade e da abundância. O marrom simboliza o terrestre, o humilde e pobre. E finalmente o branco é a harmonia, a paz, a cor do divino que representa a luz que se avizinha.
Muitos ícones trazem a inscrição ICXC, forma grega abreviada de Cristo. Também Ø O N, significando ‘’aquele que é’’, aparece nas auréolas. Maria é freqüentemente identificada com MP OU, madre partena.
A compreensão do significado do ícone pode ser difícil para a ótica da cultura ocidental. Como a pintura impressionista e a arte abstrata, são representações de emoções, de características que não podem ser estabelecidas pelo cânone. Para um artista deste gênero, a luz é uma manifestação divina, não existe o meio tom. Daí a abundancia do dourado: a luz é divina.
História
Após a legalização do cristianismo pelo imperador Constantino e sua posterior adoção como religião oficial do império por Teodósio I, a arte cristã começou a mudar, não somente em qualidade e sofisticação, como também em natureza, pelo fato dos cristãos estarem livres pela primeira vez para exprimir sua fé sem as restrições judaicas dos primeiros tempos ou das religiões pagãs do império, que os perseguiram. Pinturas de mártires e seus feitos começaram a aparecer, e a habilidade de imitar a vida causou efeitos duradouros nos novos senhores da fé imperial. É desssa época a primeira representação mencionada da mãe de Jesus, em cerca de 460, quando a esposa de Teodósio II enviou uma imagem da Mãe de Deus de Jerusalém, supostamente pintada por São Lucas.
São Miguel, Museu Cristão e Bizantino, Atenas
Os ícones mais antigos, como os preservados no Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, são de aparência realista, em contraste com a estilização posterior.
Período iconoclasta e posterior restauração
No século VIII, as autoridades do Império Bizantino mudaram totalmente o uso dos ícones, e uma proibição pelo imperador Leão III e seu filho Constantino V durou muitos anos, o chamado período iconoclasta, até ser revogada por um concílio e ser restaurado pela Imperatriz Teodora. Restaurou-se e ampliou a veneração.
Não existem muitos representantes da iconografia de Constantinopla, pelas destruições sistemáticas, sejam pelos iconoclastas, pelas cruzadas ou pelos muçulmanos que tomaram a cidade. Mas não restam duvidas que foi a partir do século XII que o culto e a produção de ícones se tornou regra no império, recebendo os melhores e mais ricos materiais e sendo introduzidos nas praticas eclesiásticas. O estilo se tornou severo, hierárquico e distante.
Após a queda de Constantinopla
Ao fim do Império Bizantino em 1453, fugindo da invasão muçulmana, a tradição das pinturas foi levada para as regiões previamente influenciadas por Constantinopla: Veneza no ocidente, os Bálcãs e a Rússia ao norte e os restos da cultura que falava grego, principalmente Creta no Mediterrâneo.
Em Veneza, onde se fundou uma Escola de São Lucas, um tipo de guilda de pintores de influência bizantina, existem referências a encomendas de pinturas no modelo bizantino, e no restante da Itália, pronta para o apogeu do Renascimento, essa influência foi logo superada por Tiziano, Leonardo, Mantegna e outros mestres que levaram a pintura a outro patamar. Creta especializou-se na pintura de painéis, facilmente transportáveis, dentro da iconografia da igreja ortodoxa. Desenvolveram habilidade em vários estilos, para agradar a vários patrões, e mantiveram a atividade até ceder aos turcos.
Mas foi com certeza na Rússia que o ícone se tornou um objeto de importância ímpar, venerado em igrejas, mosteiros e residências, que costumavam ter vários ícones numa parede ou canto, chamado ‘’krasny ugol’’. Existe um rico e elaborado simbolismo religioso associado aos ícones. Nas igrejas russas, a nave é separada do sanctus por uma parede de ícones chamada ikonostas. A confecção e o uso de ícones entrou na Rússia por Kiev, a seguir à sua conversão ao cristianismo ortodoxo em 988. Como regra geral, estes ícones seguem estritos modelos e fórmulas consagrados pelo uso, alguns originados em Constantinopla. Com o passar do tempo, os russos alargaram o vocabulário de tipos e estilos.
Após a legalização do cristianismo pelo imperador Constantino e sua posterior adoção como religião oficial do império por Teodósio I, a arte cristã começou a mudar, não somente em qualidade e sofisticação, como também em natureza, pelo fato dos cristãos estarem livres pela primeira vez para exprimir sua fé sem as restrições judaicas dos primeiros tempos ou das religiões pagãs do império, que os perseguiram. Pinturas de mártires e seus feitos começaram a aparecer, e a habilidade de imitar a vida causou efeitos duradouros nos novos senhores da fé imperial. É desssa época a primeira representação mencionada da mãe de Jesus, em cerca de 460, quando a esposa de Teodósio II enviou uma imagem da Mãe de Deus de Jerusalém, supostamente pintada por São Lucas.
São Miguel, Museu Cristão e Bizantino, Atenas
Os ícones mais antigos, como os preservados no Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, são de aparência realista, em contraste com a estilização posterior.
Período iconoclasta e posterior restauração
No século VIII, as autoridades do Império Bizantino mudaram totalmente o uso dos ícones, e uma proibição pelo imperador Leão III e seu filho Constantino V durou muitos anos, o chamado período iconoclasta, até ser revogada por um concílio e ser restaurado pela Imperatriz Teodora. Restaurou-se e ampliou a veneração.
Não existem muitos representantes da iconografia de Constantinopla, pelas destruições sistemáticas, sejam pelos iconoclastas, pelas cruzadas ou pelos muçulmanos que tomaram a cidade. Mas não restam duvidas que foi a partir do século XII que o culto e a produção de ícones se tornou regra no império, recebendo os melhores e mais ricos materiais e sendo introduzidos nas praticas eclesiásticas. O estilo se tornou severo, hierárquico e distante.
Após a queda de Constantinopla
Ao fim do Império Bizantino em 1453, fugindo da invasão muçulmana, a tradição das pinturas foi levada para as regiões previamente influenciadas por Constantinopla: Veneza no ocidente, os Bálcãs e a Rússia ao norte e os restos da cultura que falava grego, principalmente Creta no Mediterrâneo.
Em Veneza, onde se fundou uma Escola de São Lucas, um tipo de guilda de pintores de influência bizantina, existem referências a encomendas de pinturas no modelo bizantino, e no restante da Itália, pronta para o apogeu do Renascimento, essa influência foi logo superada por Tiziano, Leonardo, Mantegna e outros mestres que levaram a pintura a outro patamar. Creta especializou-se na pintura de painéis, facilmente transportáveis, dentro da iconografia da igreja ortodoxa. Desenvolveram habilidade em vários estilos, para agradar a vários patrões, e mantiveram a atividade até ceder aos turcos.
Mas foi com certeza na Rússia que o ícone se tornou um objeto de importância ímpar, venerado em igrejas, mosteiros e residências, que costumavam ter vários ícones numa parede ou canto, chamado ‘’krasny ugol’’. Existe um rico e elaborado simbolismo religioso associado aos ícones. Nas igrejas russas, a nave é separada do sanctus por uma parede de ícones chamada ikonostas. A confecção e o uso de ícones entrou na Rússia por Kiev, a seguir à sua conversão ao cristianismo ortodoxo em 988. Como regra geral, estes ícones seguem estritos modelos e fórmulas consagrados pelo uso, alguns originados em Constantinopla. Com o passar do tempo, os russos alargaram o vocabulário de tipos e estilos.
Oração (Sl 63,2) todas as línguas e nações!
Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada,
onde não há água. S. 63.
Boże, Ty Boże, Ciebie szukam;Ciebie pragnie moja dusza,
za Tobą tęskni moje ciało,jak ziemia zeschła, spragniona, bez wody (Ps 62 (63)
za Tobą tęskni moje ciało,jak ziemia zeschła, spragniona, bez wody (Ps 62 (63)
Боже, Ти си мой Бог; от ранина те търся; Душата ми жадува за Тебе, плътьта ми те ожида, Въ една пуста, изнурена и безводна земя. Псалм 63 (62)
Божа! Ты Бог мой, Цябе я шукаю ад золку; Цябе прагне душа мая, па Табе маё цела тужыць у зямлі пустой, высахлай і бязводнай.
يا الله الهي أنت. إليك أبكّر. عطشت إليك نفسي يشتاق إليك جسدي في ارض ناشفة ويابسة بلا ماء.المزامير 63 (62)
Bože, Ty Bože, Tebe hledám;Po Tobě touží má duše, K Tobě stýská mé tělo, Jak seschlá země, žíznivý, bez vody. Žalm 63 (62)
Dieu, Toi Dieu, c’est Toi que je cherche, c’est Toi que mon âme désire, mon corps s’ennuie de Toi, comme la terre desséchée, assoiffée, sans eau. Ps 63 (62)
Dios, Tú Dios, Te busco, Te quiere mi alma, Te añora mi cuerpo, como tierra seca, sedienta, sin agua. Salmo 63 (62)
Dumnezeule, pe tine te caut Pe tine te doreste sufletul meu
De tine ii este dor corpului meu Ca pamintul uscat ,care isi doreste apa.
De tine ii este dor corpului meu Ca pamintul uscat ,care isi doreste apa.
Bože, ó Bože, hľadám Ťa, za Tebou prahne moja duša,
za Tebou túži moje telo, ako vyschnutá, pustá zem bez vody. Ž 63 (62)
za Tebou túži moje telo, ako vyschnutá, pustá zem bez vody. Ž 63 (62)
Боже, Ти Боже, Тебе шукаю; Тебе жадає моя душа,
За Тобою тужить моє тіло, Як засохла земля, спрагнена, без води. Пс 63(62)
За Тобою тужить моє тіло, Як засохла земля, спрагнена, без води. Пс 63(62)
Isten, én Istenem, pirkadatkor már előtted virrasztok. Téged szomjaz a lelkem, utánad sóvárog a testem, puszta, úttalan, víztelen vidéken. Zsolt.63 (62)
O Dio, tu sei il mio Dio, io ti cerco dall’alba; di te è assettata l’anima mia, a te anela il mio corpo languente in arida terra, senz’acqua. Salmo 63 (62)
God, you are my God. I will earnestly seek you.
My soul thirsts for you. My flesh longs for you, in a dry and wary land,
My soul thirsts for you. My flesh longs for you, in a dry and wary land,
where there is no water.
Ps 63 (62)
Ps 63 (62)
O Bog, moj Bog si ti, željno te iščem,po tebi žeja mojo dušo;
moje telo medli po tebi na suhi, izčrpani zemlji brez vode.
Ps 63 (62)
moje telo medli po tebi na suhi, izčrpani zemlji brez vode.
Ps 63 (62)
Gud, du er min Gud,som jeg søker.
Min sjel tørster etter deg,mitt legeme stunder etter deg
i det øde, tørre,vannløse land Salme 62 (63)
Min sjel tørster etter deg,mitt legeme stunder etter deg
i det øde, tørre,vannløse land Salme 62 (63)
神啊!你是我的神,我要切切的寻找你;在干早乏无水之地, 我渴想你,
我的心切慕你. 诗篇第六十三篇(一)。
Um retrato - Madre Tereza
O irmão Roger escreveu estas linhas em homenagem à Madre Teresa quando ela foi beatificada, em 2003.
Vivemos num mundo onde coexistem a luz e as trevas. Através da sua vida, a Madre Teresa convidava a escolher a luz. Ela abriu deste modo um caminho de santidade para muitas outras pessoas. A Madre Teresa tornou acessíveis estas palavras que Santo Agostinho escreveu, quatro séculos depois de Cristo: «Ama e di-lo com a tua vida». Antes de mais, é quando a confiança em Deus é vivida que ela se torna credível e se comunica.
Tive várias vezes a oportunidade de conversar com a Madre Teresa. Era possível, com frequência, discernir nela reflexos da santidade de Cristo. No Verão de 1976 a Madre Teresa visitou Taizé. A nossa colina estava cheia de jovens, vindos dos mais diversos países. Escrevemos juntos uma oração: «Ó Deus, Pai de cada ser humano, tu pedes a todos nós que levemos o amor aonde os pobres são humilhados, a reconciliação aonde os homens estão dilacerados, a alegria aonde a Igreja é abalada… Tu abres-nos este caminho para que sejamos fermentos de comunhão em toda a família humana.»
No mesmo ano, fui viver durante algum tempo, com alguns dos meus irmãos, entre os mais pobres de Calcutá. Ficámos instalados perto da casa da Madre Teresa, num bairro pobre, barulhento, repleto de crianças, em que a maioria da população era muçulmana. Fomos acolhidos por uma família cristã, cuja casa se encontrava numa encruzilhada de ruelas, pequenas lojas e modestas oficinas. A Madre Teresa vinha frequentemente rezar connosco. À tarde, por vezes pedia-me para a acompanhar nas visitas aos leprosos, que já só esperavam a morte. Ela procurava apaziguar as suas inquietudes.
Por vezes a Madre Teresa tomava iniciativas muito espontâneas. Um dia, quando regressávamos de uma visita aos leprosos, disse-me no carro: «Tenho um pedido a fazer-lhe. Diga-me que sim!» Antes de lhe responder, tentei saber do que se tratava, mas ela repetia: «Diga-me que sim!» Por fim explicou: «Diga-me que doravante trará o hábito branco durante todo o dia. É um sinal necessário nas situações do nosso tempo.» Eu respondi: «Está bem. Vou falar com os meus irmãos e sempre que possível porei o hábito.» Então pediu às suas irmãs para me fazerem um hábito branco e ela própria quis coser uma parte.
A Madre Teresa tinha uma atenção especial pelas crianças. Sugeriu-me que fosse todas as manhãs a uma casa para crianças que não tinham esperança de sobreviver, com um dos meus irmãos que é médico, para tratarmos das que estavam mais doentes. Desde o primeiro dia, reparei numa menina de quatro meses. Disseram-me que ela não teria forças para resistir aos vírus do Inverno. E a Madre Teresa disse-me: «Leve-a para Taizé. Lá ela poderá receber o tratamento de que precisa.»
No avião, durante a viagem de regresso a França, a criança, chamada Marie, não estava nada bem. Quando chegámos a Taizé, pela primeira vez ela começou a tagarelar como uma criança feliz. Nas primeiras semanas, dormia muitas vezes ao meu colo enquanto eu trabalhava. Depois, pouco a pouco, foi recuperando as forças. Foi então viver numa casa próxima da nossa. A minha irmã Geneviève, que anos antes tinha acolhido outras crianças em Taizé como se fossem seus filhos, recebeu-a em sua casa. Sou o seu padrinho de baptismo e tenho por ela um amor de pai.
Alguns anos mais tarde, a Madre Teresa voltou a Taizé num domingo de Outono. Durante uma oração, expressámos juntos uma preocupação que hoje permanece actual: «Em Calcutá há sítios visíveis onde as pessoas morrem, mas, em numerosos países, há muitos jovens que se encontram em sítios invisíveis onde as pessoas também morrem. Estão marcados por fracturas, por rupturas afectivas ou pela inquietação em relação ao seu futuro. Neles, a inocência da infância ou da adolescência foi ferida por situações de ruptura. Alguns deles, desanimados, questionam-se: Para quê viver? A vida ainda terá sentido?»
Com dois dos meus irmãos, fui a Calcutá para participar nas suas exéquias. Queríamos dar graças a Deus pela sua vida oferecida e cantar com as suas irmãs, em espírito de louvor. Junto do seu corpo, lembrava-me que tínhamos em comum esta certeza: a comunhão com Deus estimula a aliviar o sofrimento humano. Sim, quando ajudamos outras pessoas nas suas provações é Cristo que encontramos. Não é ele que nos diz: «O que fizerdes aos mais pequeninos é a mim, Cristo, que o fazeis»?
Vivemos num mundo onde coexistem a luz e as trevas. Através da sua vida, a Madre Teresa convidava a escolher a luz. Ela abriu deste modo um caminho de santidade para muitas outras pessoas. A Madre Teresa tornou acessíveis estas palavras que Santo Agostinho escreveu, quatro séculos depois de Cristo: «Ama e di-lo com a tua vida». Antes de mais, é quando a confiança em Deus é vivida que ela se torna credível e se comunica.
Tive várias vezes a oportunidade de conversar com a Madre Teresa. Era possível, com frequência, discernir nela reflexos da santidade de Cristo. No Verão de 1976 a Madre Teresa visitou Taizé. A nossa colina estava cheia de jovens, vindos dos mais diversos países. Escrevemos juntos uma oração: «Ó Deus, Pai de cada ser humano, tu pedes a todos nós que levemos o amor aonde os pobres são humilhados, a reconciliação aonde os homens estão dilacerados, a alegria aonde a Igreja é abalada… Tu abres-nos este caminho para que sejamos fermentos de comunhão em toda a família humana.»
No mesmo ano, fui viver durante algum tempo, com alguns dos meus irmãos, entre os mais pobres de Calcutá. Ficámos instalados perto da casa da Madre Teresa, num bairro pobre, barulhento, repleto de crianças, em que a maioria da população era muçulmana. Fomos acolhidos por uma família cristã, cuja casa se encontrava numa encruzilhada de ruelas, pequenas lojas e modestas oficinas. A Madre Teresa vinha frequentemente rezar connosco. À tarde, por vezes pedia-me para a acompanhar nas visitas aos leprosos, que já só esperavam a morte. Ela procurava apaziguar as suas inquietudes.
Por vezes a Madre Teresa tomava iniciativas muito espontâneas. Um dia, quando regressávamos de uma visita aos leprosos, disse-me no carro: «Tenho um pedido a fazer-lhe. Diga-me que sim!» Antes de lhe responder, tentei saber do que se tratava, mas ela repetia: «Diga-me que sim!» Por fim explicou: «Diga-me que doravante trará o hábito branco durante todo o dia. É um sinal necessário nas situações do nosso tempo.» Eu respondi: «Está bem. Vou falar com os meus irmãos e sempre que possível porei o hábito.» Então pediu às suas irmãs para me fazerem um hábito branco e ela própria quis coser uma parte.
A Madre Teresa tinha uma atenção especial pelas crianças. Sugeriu-me que fosse todas as manhãs a uma casa para crianças que não tinham esperança de sobreviver, com um dos meus irmãos que é médico, para tratarmos das que estavam mais doentes. Desde o primeiro dia, reparei numa menina de quatro meses. Disseram-me que ela não teria forças para resistir aos vírus do Inverno. E a Madre Teresa disse-me: «Leve-a para Taizé. Lá ela poderá receber o tratamento de que precisa.»
No avião, durante a viagem de regresso a França, a criança, chamada Marie, não estava nada bem. Quando chegámos a Taizé, pela primeira vez ela começou a tagarelar como uma criança feliz. Nas primeiras semanas, dormia muitas vezes ao meu colo enquanto eu trabalhava. Depois, pouco a pouco, foi recuperando as forças. Foi então viver numa casa próxima da nossa. A minha irmã Geneviève, que anos antes tinha acolhido outras crianças em Taizé como se fossem seus filhos, recebeu-a em sua casa. Sou o seu padrinho de baptismo e tenho por ela um amor de pai.
Alguns anos mais tarde, a Madre Teresa voltou a Taizé num domingo de Outono. Durante uma oração, expressámos juntos uma preocupação que hoje permanece actual: «Em Calcutá há sítios visíveis onde as pessoas morrem, mas, em numerosos países, há muitos jovens que se encontram em sítios invisíveis onde as pessoas também morrem. Estão marcados por fracturas, por rupturas afectivas ou pela inquietação em relação ao seu futuro. Neles, a inocência da infância ou da adolescência foi ferida por situações de ruptura. Alguns deles, desanimados, questionam-se: Para quê viver? A vida ainda terá sentido?»
Com dois dos meus irmãos, fui a Calcutá para participar nas suas exéquias. Queríamos dar graças a Deus pela sua vida oferecida e cantar com as suas irmãs, em espírito de louvor. Junto do seu corpo, lembrava-me que tínhamos em comum esta certeza: a comunhão com Deus estimula a aliviar o sofrimento humano. Sim, quando ajudamos outras pessoas nas suas provações é Cristo que encontramos. Não é ele que nos diz: «O que fizerdes aos mais pequeninos é a mim, Cristo, que o fazeis»?
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